quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

História de Dona Yayá e sua Casa


História da Casa

 Construída provavelmente no final da década de 1870, no bairro do Bexiga, onde na época era um campo aberto, fora do núcleo urbano da cidade.A casa que passou por varias adaptações principalmente com a chegada da Dona Yayá, primeiro como locatária, depois como proprietária.As adaptações foram feitas pra uso sanatório particular de Dona Yayá.



História de Dona Yayá

 Dona Sebastiana de Mello Freire, conhecida por Dona Yayá, habitou a casa por 40 anos, de 1921 até a sua morte em 1961.
Moradores do bairro alegavam que o casarão era mal assombrado; ouvia-se
por toda a redondeza gritos que viriam possivelmente do fantasma de Dona Yayá, vestida de branco a vagar pelo casarão.
 Dona Yayá quando jovem era descontraída e alegre protetora dos artistas.

Tragedias da vida de Dona Yayá

 Em 1900, seus pais morre, com diferença de dois dias.
 Em 1905, durante uma viagem à Argentina de navio, o seu irmão Manoel
desaparece misteriosamente de seu camarote.
 Em 1921, Dona Yayá já era considerada insana.Os primeiros sintomas surgiram em 1918 quando achando que ia morrer, redigiu a lápis seu testamento e começou a distribuir jóias para os empregados, sendo recolhidas por Rosa em seguida.
 Em 1919 novo surto; achava que todos queriam a violentá-la e matá-la, não comia e tentou suicídio.Sendo internada no Hospital Homem de Melo, foi examinada e considerada incapaz.Sua interdição foi oficializada em Abril de 1919,passando um ano internada  no sanatório  do Instituto Paulista.
 Em 1920 é levada para o imóvel da Rua Major Diogo, que passou por varias reformas para abrigá-la, permanecendo ate a sua morte em 1961, aos 74 anos, por insuficiência cardíaca.A reforma acrescentou um solário, bem como obras visando sua segurança. Acompanharam Eliza Grant, Elisa Freira, Georgina Tavolaro, empregados e dois enfermeiros.
Solitária, D. Yayá estava confinada a um setor da casa onde podia olhar as outras dependências do imóvel através de uma pequena abertura existente na porta de seu quarto. O solário era aberto de vez em quando para um rápido passeio no início. Posteriormente nem este prazer era possível.
Durante os delírios, Yayá batia-se contra as paredes, feria-se com objetos e farpas, dizia impropérios, proclamava-se partidária dos aliados da 1a. Guerra, repetia continuamento ser católica apostólica romana, rasgava suas roupas, chorava, cantava, queixava-se de ser ameaçada de morte e de violações, pedia o filho que julgava ter tido, imaginava amamentá-lo e embalá-lo. Com o passar dos anos os delírios diminuíram. Em 1952 atingiu o período demencial sua fase crônica final: embora tendo ainda algumas manifestações agressivas, estava abúlica, apática, quase inerte. Faleceu em 4 de setembro de 1961, no Hospital São Camilo, onde fora submetida a uma operação de câncer.
Muito se comentou na imprensa da época: boatos, artigos recheados de mistério, ingratidão, cobiça até cárcere privado eram editados no semanário Parafuso. Em realidade, houve disputa entre os parentes de Mogi das Cruzes visando abocanhar parte da fortuna e para isso, atacavam os que cuidavam de Yayá. Quando Dona Yayá morreu, seus parentes ambiciosos já estavam mortos.

Casa da D. Yayá hoje

 Após sua morte em 1961, a casa passa a ser propriedade do estado de São Paulo pois Yayá não tinha herdeiros. Em 1968 a casa é repassada para a Universidade São Paulo que se encarrega do projeto de restauração, com a finalidade de transformá-la em um Centro Cultural. Não podemos deixar de sentir a amargura e tristeza que permanece na casa até hoje com o testemunho de várias árvores frutíferas ao seu redor.

Um comentário:

  1. Que triste!Existem pessoas que tem a vida marcada por trajédias desde cedo.Amei saber um pouco da vida dessa brasileira tão sofrida.Só permaneceu o casarão um tanto tristes.Valeu voces terem falado sobre ela.

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